Das Ende 23 e 24/06

Apesar de ser uma mulher viajando sozinha, em todos esses 22 dias, nunca tive nenhuma espécie de problema ou alguma abordagem inconveniente. Ao contrário da imagem que temos dos alemães dos filmes da 2ª Guerra Mundial, eles são muito educados e prestativos e fiz algumas amizades ao longo do caminho.
Quase sempre me perguntavam qual era meu objetivo com essa viagem. Eu respondia vivenciar a lingua e cultura alemã-austríaca, além de aprender um pouco mais de história passando pelas cidades, desfrutar a natureza e paisagens e naturalmente: passear de bicicleta.





Por falar em bicicleta, eu não pretendia trazer uma nova para o Brasil, mas como a Radl Bauer (http://www.radlbauer.de/) só compra bicicletas usadas como parte de pagamento de uma nova (como agência de carros), tive que trazê-la. Além do mais, pensando bem eu gostei ficar com essa Pegasus alemã e vender a KTM austríaca. Para trazê-la combinamos deles embalarem a bici um dia antes do embarque. Quando cheguei na loja eles pegaram uma embalagem maior do que eu e pretendiam simplesmente colocá-la lá inteirinha. Seria impossível para mim transportá-la sozinha. Conclusão é que eu a trouxe sem embalar. Simplesmente o funcionário do checkin da Lufthansa colocou a etiqueta de identificação e eu protegi a luz dianteira que é muito delicada. Paguei 150 euros de taxa e ela chegou em bom estado. Dessa maneira aliás, foi muito mais simples e prático. Acho que vou adotar essa prática permanentemente.



Concluindo, espero repetir a experiência!!!!!!!!!

Biobauerhof 15/06 à 22/06

Biobauerhof quer dizer uma chácara ou sítio que se norteia pelos princípios do bem estar animal e na utilização dos recursos naturais de forma sustentável. Trabalhei nessa fazenda na Áustria como voluntária por uma semana em troca de hospedagem e alimentação. Depois do almoço ficava liberada para passear. Fiquei sabendo desse programa através de um artigo da revista Vida Simples em janeiro deste ano. Lá constava o site com os paises que tem fazendas organicas que aderiram a esse programa: http://www.wwoof.org/
O único problema foi o mau tempo. Apesar de estarmos a poucos dias do verão, choveu muito e a temperatura mínima chegou a 8ºC à noite. Nas montanhas próximas atá nevou.

Para chegar lá pedalei 24 km desde Salzburg (depois vom a saber que tinha uma estação mais próxima numa cidadezinha a 10 km de distância. O caminho foi cheio de morros com muitas subidas e descidas e no começo havia trechos de estrada sem ciclovia. Teria sido muito melhor ter desembarcado na estação de Seekirchen (http://www.seekirchen.salzburg.at/)

Ness trecho foi bem mais agradável de pedalar. Já está mais próximo próximo de Seeham onde fica o sítio.

Seeham (http://www.seeham-info.at/). O sitio fica mais 1,5 Km acima no alto de um morro. Quando eu cheguei já estava bem nublado comprevisão de chuva.

Ufa!!!!! Cheguei na Biobauerfof Thurerhof (http://www.thurerhof.at/startseite/index2.html) . Apesar de ser apenas a 24 km de Salzburg essas subidas com uma bicicleta pesando 30 kilos me deixaram bem cansada. A dona chama-se Claudia Dirnberg. Fui muito bem recebida e nos entrosamos bem. Ai fiquei sabendo que eu era a primeira voluntária que ela tinha recebido e ela também veio a saber que era primeira primeira experiência também. Ela é casado e tem dois filhos adolescentes que já trabalham. Todos muito educados e simpáticos.


Essa foto é só para mostrar que o estábulo fica conjugado à casa (telhado escuro ao fundo). Mas não tem cheiro nenhum.

Jardim com os Alpes ao fundo que fazem divisa com a Alemanha. Nos dias ensolarados a vista fica magnífica.

Essa foto foi do meu primeiro dia de trabalho. Essa moça (Margie) vem uma vez por semana cuidar dos cavalos. Nesse dia ela me ensinou a limpar o estábulo eeu a ajudei a escovar os três cavalos (eles gostam e são bem mansinhos).

Além de limpar o estábulo todas as manhãs (às 7h), tem que amontoar a palha e o feno na parede. No dia seguinte quando fui ao estábulo tinha feno espalhado por todo o chão. perguntei a Claudia quem tinha feito aquela bagunça e ela disse : as galinhas. Eu disse : que maldosas!!!

O galinheiro:

Nos primeiros três dias eu tinha que pedir para a Claudia chamar os cavalos para eles entrarem no estábulo. Ai eu me lembrei que a Margie tinha dado uns biscoitos para eles e tive a idéia de dar esses biscoitos para cativá-los. Dito e feito, no quarto dia eu resolvi chamá-los sozinha e eles vieram. Olha só que obedientes (e interesseiros).

Essa é a Piera:

Esses são a Romi e o Jupi. A Cláudia ficou surpresa quando chegouno estábulo e todos já estavam cada um no seu lugar.

Essa é a parte mais light do sítio. O Kräutergarten (jardim de ervas). Trabalhar nele foi terapia. É só arrancar os matinhos e recolhê-los com a ancinho. Quando acumula bastante mato, a Claudia pega o trator e vem buscá-los.

Essa é a Cláudia Dirnberg. Não pareçe uma Vera Machadão austríaca? Ela é super dinâmica. Tinha que correr para dar conta do recado.

Vista do Kräutergarten com os Alpes ao fundo

Aqui eles moem os grãos integrais na hora para fazer o pão caseiro :

Ficou uma delícia!

Eles criam Galloways (essa gado peludo e fofinho).

Vista do quarto que fiquei hospedada:

Tanto da minha parte como da Claudia, ficamos satisfeitas com a experiência e pretendemos repetí-la. Ainda quero voltar para Salzburg e subir o Untersberg para cantarolar lá em cima a la Julie Andrews "The hills are alive...."

Salzburg 15 e 20/06

O tempo em Salzburg estava muito ruim. Chovia e estava frio. Por estes dias a temperatura chegou a minima de 8ºC e nevou em Untersberg (uma montanha com 1,972 m que fica perto de Salzburg e que faz divisa com a Alemanha). E olha que essa noite é a primeira do verão.

Minha primeira foto com o Festung (Fortaleza) ao fundo que é um dos maiores e mais bem conservados castelos da Europa. Ele começou a ser construido em 1077 e gradualmente foi sendo expandido.

Apesar da garoa, no sábado a tarde consegui agendar o Tour "The Sound of Music" de bicicleta. O passeio custa 24 euros e vale cada centavo. A guia é uma moça super legal que explica tudo muito bem e dá ótimas dicas de passeios e onde comer bem e barato. Nessa passeio além de mim, só um casal de jovens americanos que no momento moram em Cambridge, se aventuraram a pedalar na garoa com possiblidade de temporal, of couse.

Esse tour tem tudo a ver com a cidade de Salzburg pois afinal de contas foram escolhidos os locais mais significativos e belos para as filmagens.

Fica aqui o site do tour: http://www.mariasbicycletours.com/music_one.htm

Essa foto é do famoso gazebo do filme (eu e a guia cicloturística Magdalena):

Foto clássica de Salzburg. Não podia deixar de colocar no blog e é também onde nosso tour de bici começa e termina.


Uma das ruas da Altstadt (centro antigo)

Esqueci de perguntar para a guia o porquê destas peças de xadres de cerca de 50 cm de altura. Será que os austríacos fazem competiçoes em praça pública? Se alguém souber, por favor coloque nos comentários.

Caminho para o Festung. A guia falou que este Biergarten (portão do lado esquerdo) é ótimo, mas estava logicamente fechado devido a chuva.

Daqui daria para avistar o Untersberg, mas devido a chuva e neblina não se enxerga nada. Uma pena. Aliás eu pretendia subir essa montanha a pé no domingo para cantar a la Julien Andrews, mas tive que abandonar essa idéia devido ao mal tempo.

Convento de Noonberg onde esteve a "Noviça Rebelde" verdadeira e que aparece no filme também. Fica na mesma montanha do Festung.

Schloss Leopoldskron é um dos mais belos palácios de Salzburg e onde foram realizadas várias cenas do filme (inclusive aquela da canoa que vira no lago).

Danúbio: The End! 14/06

Hoje resolvi terminar minha cicloviagem em Linz mesmo. Eu pretendia ir um pouco mais além e depois do almoço pegar o trem rumo a Salzburg, mas como estava com as pernas cansadas de ontem, resolvi passear de bicicleta na cidade mesmo parar pegar o trem daqui.

Essa foto da Hauptplatz tirei ontem às 22horas enquanto jantava e escrevia o blog.

Esse é a Gasthof (hospedaria) onde me hospedei em Linz (Goldener Anker). O edificio existe desde 1595 e funciona como Gastthof desde 1670. Fiquei imaginando os cavaleiros daquela época chegando para comer e dormir uma noite para seguir viagem no dia seguinte. Foi o que fiz nestes dias de bicicleta. Só que antigamente era a única maneira possível das pessoas viajarem e hoje em dia fazemos por diversão.

A famosa Linzer Torte que comi de despedida:

Se tivesse que escolher uma palavra que definisse a cicloviagem seria : emocionante. Emoção ao encontrar pessoas para partilhar caminhos, emoção ao estar só e agradecida a Deus por estar viva(tem gente que está morto e não sabe!), emoção pela oportunidade de conhecer novos mundos, emoção ao errar e acertar caminhos, emoção ao encontrar um lugar para dormir (principalmente a preço acessível rsss!!) e por aí afora!!

Distância de todo o percurso: 576 km

Danúbio: Passau-Linz 13/06

Nesse momento estou no restaurante El Greco na praça principal bem no centro de Linz. Hoje atravessei a fronteira da Áustria e percorri 100 Km. Nem eu acredito !! Mas apesar da distância, foi bem menos cansativo do que no percurso da Estrada Romântica de 76 km com predominância de subidas.
O prato abaixo é vegetariano e se chama Gefüllte Melanzani (legumes com queijo gratinado acompanhado de batatas, molho de tomate e um molho greco chamado Tsatsiki.




Aqui a última foto que tirei de Passau ao sair da cidade rumo à Linz (100 km de distância) pela margem esquerda do Danúbio.


No início fiquei um pouco decepcionada porque a ciclovia beirava a estrada. Depois de uns 18 km, perguntei a um senhor se eu não deveria passar para o outro lado do rio. Ele me disse para ficar desse lado porque alguns kilometros para a frente ficaria linda e me recomendou que só quando eu visse o Schlögener Schlinge (ele me explicou com as mãos que era um lugar onde o rio fazia várias curvas) era para eu pegar o barco para passar para a outra margem.


Dito e feito. Depois de uns kilometros começou a ficar mais bonito e perdi de vista a estrada de automoveis.


Aqui fica a fronteira entre a Áustria e a Alemanha:

Adeus à Bavaria (Bayern)

Essa jovem mãe estava carregando três algorges cheios e mais o carrinho da criança que já tinha uns 4 anos e devia ser bem pesadinha. Oh mein Gott!!!

Aqui é o Schlögener Schlinge onde o senhor me recomendou pegar o barco e passar para o outro lado:

Enquanto o barco não sai (tem horário), uma pausa para o lanche. Neste local lindíssimo fica uma Bauerhof (sítio) onde as pessoas podem se hospedar e tomar leite fresquinho da vaquinha. Da próxima vez pretendo pernoitar aqui. Chama-se Zur Fährfrau..

Familie Monika und Leo Pumberger

F. 43 72856317

faehre.pumberger@utanet.at

Finalmente Linz depois de certinhos 100km.

Distância: 100 km

Início: 9h

Término: 17h

Tempo líquido do ciclocomputador: 6:05

Calorias:2870

Despesas:

Gasthof Goldener Anker: 55,00 (DZ, toilete, wc). ~Simples mas OK!

Mercado: 0,97 (água e isotonico)

Barco: 1,50

Jantar: 18,40 (além do prato pedi batatas extras e sobremesa)